quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Fiona Apple - Extraordinary Machine



Há dias voltei a ouvir princesa Fiona ..e como soube beeem!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Air - Playground Love



Mais uma música linda com uns anitos! Em tempos arranjei uma versão feita pelos próprios Air para vibrafone, mas entretanto perdi-a...banda sonora de Virgens Suicidas, filme inesquecível de estreia como realizadora da Sofia Coppola, vi-o no já encerrado Nun'Álvares, numa das melhores noites que já tive.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Rua da Picaria

"Ainda se compram móveis aqui, mas a rua onde nasceu Sá Carneiro está a mudar

Nesta artéria conhecida pelas marcenarias já há um bar e uma galeria, e começam a chegar novos habitantes. Estará a nascer um novo centro cosmopolita?



Para a maior parte dos portuenses, a Rua da Picaria é sinónimo de móveis. A carpintaria e a marcenaria, a par da venda de mobiliário, ainda é a actividade dominante, mas o negócio atravessa um período de acentuada decadência. Ao mesmo tempo, sente-se nesta rua um sopro de modernidade que promete mudar a sua face nos próximos anos.
O expoente máximo desta renovação é a galeria de ilustração e desenho Dama Aflita, que abriu em Novembro. O espaço é pequeno, mas suficiente para albergar obras nestes suportes. "Queremos fomentar coisas de bairro, criar situações de diálogo, por exemplo, com as lojas de mobiliário", adianta Júlio Dolbeth, ilustrador, docente universitário e um dos promotores. O artista madrileno Luís Urculo, com trabalhos em técnica mista, é o primeiro a expor na galeria, que é "pioneira em Portugal" na sua abordagem. Na sala das traseiras está a Cinbol, uma empresa de organização de eventos e consultoria, nomeadamente de imagem. Estará a rua a ser contaminada pelos ares cosmopolitas da vizinha José Falcão, ou mesmo de Miguel Bombarda? Inês Costa e Simão Bolívar, os dois sócios da Cinbol, e Júlio Dolbeth, todos moradores na Baixa do Porto, acham que sim, e que as indústrias criativas vão dar cartas.
Nas lojas de móveis, o sentimento é distinto. O PÚBLICO visitou algumas (garantiram-nos que há seis em actividade, mas nem todas estavam abertas) e percebeu que está a terminar um ciclo. Há falta de condições de estacionamento e a maioria das peças tem um design datado. A actividade sobrevive graças a um punhado de clientes fiéis e de meia-idade. Os comerciantes resignam-se e também aceitam culpas: "Nunca estivemos unidos, e há coisas que não se pode mudar sozinho", admite José Carvalho, da Carvalho & Cunha, Lda.
Rua de "boas famílias"
Quem chegou a prometer mudar o país foi a mais célebre personalidade nascida nesta artéria íngreme, em 1934: Francisco Sá Carneiro. O primeiro presidente do PSD cresceu no número 49, uma casa ampla e própria de uma família burguesa, e montou ainda, do outro lado da rua, o seu escritório de advocacia. Hoje, é Miguel Veiga, também ele fundador do partido, que exerce a actividade na Picaria.
Ao andar de porta em porta, encontrámos o cicerone ideal para conhecer a história da vizinhança: Reinaldo Pereira, gerente de O Ernesto, restaurante de cozinha tradicional portuguesa, no número 85. O actual proprietário tomou conta do negócio em 1990, depois de o herdar do seu pai, Ernesto Pereira, que comprou o estabelecimento em 1968. Reinaldo Pereira viveu na Picaria desde os 14 anos, mesmo por cima do restaurante, e fala de uma rua de "boas famílias", onde antigamente "até vinha gente de Lisboa" comprar mobiliário. Do passado, guarda um episódio marcante: o dia da morte de Sá Carneiro, quando a massa humana que aguardava o comício em que o político deveria estar presente, no Coliseu, se dirigiu para a rua, após a notícia do acidente em Camarate. "Isto estava cheio de gente aos gritos, a gritar contra os comunistas. Era de arrepiar", relembra. Quanto ao restaurante, não se deixe enganar pelos azulejos datados da entrada: eles são o que resta dos distantes anos 60, porque agora O Ernesto tem duas acolhedoras salas (e até um pátio) nas traseiras, com uma pequena cascata e quadros de Henrique do Vale e Augusto Canedo. A comida é tradicional e de sabor caseiro e um cliente ponderado até pode sair de lá com uma conta de apenas dez euros.
Onde também há quadros nas paredes é na Moldursant, uma loja de molduras e materiais para Belas-Artes que já data de 1917. Esta casa é uma das referências do Porto para artistas e estudantes da área e consegue escapar à crise mais profunda dos "vizinhos" do mobiliário. Obras de artistas como Sobral Centeno e Júlio Resende foram sendo doadas à gerência e servem agora de decoração à loja. Alguns jovens artistas também deixam trabalhos em exposição na Moldursant, o que a torna numa espécie de galeria. Continuando nas artes, acrescente-se que o Teatro Art'Imagem tem aqui instalações. E resta-nos falar do Rosa Escura (o nome vem do seu papel de parede), por ora o único bar da rua. Só abre à noite, e o ambiente é calmo e acolhedor. Nesta antiga loja de bicicletas, há sempre peças de joalharia, quadros e esculturas em exposição.
Para quem se questiona sobre a origem do nome da rua, aqui vai a resposta: falar em picaria é o mesmo que falar em equitação e sabe-se que a artéria tinha várias actividades relacionadas com os cavalos, até ao primeiro quartel do século XX. Depois vieram os móveis. Estaremos na fase da transição para uma nova Picaria? Reinaldo Pereira julga que sim, e garante que um prédio recentemente recuperado tem os seus sete apartamentos "já alugados", e que se fala em mais projectos de reabilitação.
O PÚBLICO pôde verificar obras em pelo menos um imóvel. A Picaria parece estar a recuperar alguns moradores, principalmente jovens, depois de um processo de desertificação iniciado nos anos oitenta."

Artigo de João Pedro Barros, in Público

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Podem Falar

A coisa assim não dá, disse-me um dia o meu pai
Tu vives em sociedade e tens que perceber
Que as regras são para se cumprir... não sei se tu estás a ver, pá...
Ah, ah! - disse eu - Estou a ver muito bem...
Mas já agora diz lá que culpa tenho eu
Que no teu jogo existam cartas que não fazem sentido no meu...
Podem falar, podem falar,
Que o meu lugar é andar e o meu passo é correr
De vez em quando a cantar de vez em quando a sofrer.
Podem falar, podem falar,
Mas estão a perder tempo se pensam que um dia me hão-de amarrar.
As principais capitais aprendi eu no liceu,
Vi retratos de reis em tronos de ouro e marfim,
Mas ninguém me ensinou a nadar no rio que nasce dentro de mim.
Um dia pus-me a lutar, com as minhas contradições
Estive quase a morrer, mas acabei por escapar.
Para quem ama a liberdade o importante é nunca parar
Podem falar, podem falar,
Que o meu lugar é andar e o meu passo é correr
De vez em quando a cantar de vez em quando a sofrer.
Podem falar, podem falar,
Mas estão a perder tempo se pensam que um dia me hão-de amarrar.
Já vi muita gente a tentar agradar
A todo o gajo que pensa que nasceu para mandar,
Mas tenho visto muita gente que está só, a morrer devagar,
E a distância que existe entre o não ser e o ser
É uma questão de não se ter medo de ir longe demais.
O que ainda não tem preço é sempre o que vale mais.
Podem falar, podem falar,
Que o meu lugar é andar e o meu passo é correr
De vez em quando a cantar, de vez em quando a sofrer.
Podem falar, podem falar,
Mas estão a perder tempo se pensam que um dia me hão-de amarrar.

in 'Té Já (1979)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Rua do Bonjardim

" Na rua onde nasceu a francesinha, é a degradação que hoje mais ordena

Na rua do Bonjardim, há de tudo, muitas casas desabitadas e muita tristeza. Mas, numa rua onde o tempo parou, também encontramos coisas boas

A "Esta deve ser a pior rua do Porto, em termos de piso, casas e frequência." O aviso é feito pelo advogado Coutinho Ribeiro, que há quase 20 anos tem escritório montado na vizinha Rua de Fernandes Tomás, e que todos os dias percorre parte da artéria a pé. A história da Rua do Bonjardim tem muito de bas fond.
Aqui se concentram trabalhadoras do sexo e muitos dos bares de alterne e striptease da cidade. "As prostitutas são muito simpáticas, até parecem ter vergonha de existir, mas nos últimos anos são mais novas e mais agressivas, pedem cigarros ou uma moeda para comer um bolo", conta o jurista. As zaragatas são, ainda assim, ocasionais: "Fazem uma gritaria e puxam o cabelo umas às outras, mas passa depressa." Ao lado, quando o dia corre mal no Bolhão, há vendedoras com cestos de hortaliças ou meias.
O retrato é sombrio, mas é muito difícil pintá-lo de outra cor. O PÚBLICO percorreu os mais de 1,5 quilómetros do arruamento, desde a Rua de Sá da Bandeira até ao Marquês, e encontrou um universo que vai escurecendo à medida que se avança. Até às traseiras do Palácio dos Correios, a reabilitação urbana da Porto 2001 "lavou a cara" da rua, mas a partir daí quase só se vêem "pedras sujas e gastas", como canta Rui Veloso em Porto sentido. Para lá do cruzamento com a Rua de Gonçalo Cristóvão, o panorama chega a ser aterrador: parece que se sai da cidade e se entra numa aldeia desabitada, de casas em ruínas, onde sobrevivem velhas tascas com sardinhas fritas e couratos expostos nas montras e cafés onde se jogam cartas às escuras "para poupar na luz". A reabilitação urbana está a anos-luz de distância da antiga estrada de Guimarães, durante décadas uma das principais saídas da cidade.
Mas também há histórias mais alegres para contar. A mais conhecida de todas é a do nascimento da francesinha, no restaurante Regaleira, no pequeno troço da artéria que fica entre a Rua de Sá da Bandeira e a Rua do dr. Magalhães Lemos.
A autoria desta criação pode não ser tão debatida como a da Ilíada, mas aqui o Homero é Daniel David Silva, um ex-emigrante que pegou na tradição da tosta francesa (ou croque-monsieur), adicionando-lhe molho, e criando uma iguaria que rapidamente ganhou fama. Corria o ano de 1953 e um dos actuais sócios, Augusto Marinho, era então seu ajudante. Hoje, guarda consigo o segredo do molho (que é bem picante), e mantém a tradição de usar carne assada entre fatias de pão de bijou, o que lhe permite dizer que a sua francesinha é "única". Como os juízos de valor são complicados, só podemos garantir que, por ser tão purista, se trata de uma versão diferente. Augusto Marinho ironiza: "Se tivesse registado a patente, agora éramos donos do mundo."

O charme d'A Brasileira

A Regaleira é um restaurante para encher a barriga, sem grandes luxos, à imagem da rua. Porém, a poucos metros, há algo completamente diferente: o Caffé di Roma, que ocupa a "sala pequena" do antigo e centenário café A Brasileira, faz do charme a sua grande arma. Quase em frente à Regaleira, há o Rei dos Queijos, outro local onde impera a tradição.
Aberto em 1933, é actualmente um pequeno café/pastelaria que continua a ter o queijo da Serra de marca própria, feito de leite de ovelha bordaleira, como o grande expoente. Depois, há pequenas delícias como os pastéis de Tentúgal e de feijão ou queijadas. Tudo o que experimentámos mereceu aprovação. Mais sugestões gastronómicas: as bifanas da Conga e a comida regional do Ginjal do Porto e do mítico Antunes.
Mudando de assunto, falemos de mercearias finas, à imagem de outros tempos. Acima do cruzamento com Fernandes Tomás, há duas que respiram saúde: a Feira do Bacalhau (aberta desde 1925, promete "o melhor bacalhau da cidade") e o Pretinho do Japão. Para comprar livros, duas sugestões: a Livros Bonjardim, no número 398, um alfarrabista com um gigantesco armazém; para banda desenhada, há a Central Comics.
Voltemos ao lado negro, num tom humorístico: no segmento mais obscuro da rua, há uma série de estabelecimentos que disputam o título de nome mais cómico da cidade. Os candidatos são o restaurante Sai Cão, o salão Beleza Rara e o night club Ana Paula. Não entrámos em nenhum destes sítios, mas ficámos a conhecer o Pride Bar, quase junto ao Marquês. Faz parte do roteiro gay da cidade, e tem espectáculos com travestis, strip-tease ocasional e pista de dança. É um dos locais da cidade com as portas abertar até mais tarde.
Descendo um pouco, até ao número 1254, encontra-se um belíssimo palacete abandonado, engolido pelas silvas, e mesmo em frente à Rua do Paraíso há um fontanário em pedra, a Fonte de Villa Parda, que data de 1859 e está agora sem água.
São duas belas metáforas de uma rua marcada em quase toda a sua extensão por "polidores de esquinas", reformados em passeio higiénico, cafés onde gente sem trabalho beberica um fino a meio da tarde. Em muitos momentos, parece que aqui se parou no tempo."

Artigo de João Pedro Barros, in Público

De facto esta rua será provavelmente das que mais estranheza causará a quem percorre a cidade. Como é dito no artigo, apesar de ser bastante longa, funciona por pedaços descontínuos que fazem com que perdamos a noção de rua no seu todo.
Não posso deixar de acrescentar que a meio desta rua, algures entre o Marquês e a Trindade, em local semi-esncondido fica um restaurante bem simpático do qual já tenho bastantes saudades, a Taberna D. Castro,vale a pena!

sábado, 6 de dezembro de 2008

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Pianos

Aos oito anitos, estava ainda praticamente a dar os primeiros passos no piano, os meus pais ofereceram-me um piano vertical, que ainda está lá por casa, apesar do pouco uso vergonhamente dado por mim. Passados vinte e dois anos, resolvi oferecer-me de prenda das três décadas um piano digital cá para o meu cantito..digital para gáudio da vizinha de baixo...se ela ouvisse uma tecla cairia o carmo e a trindade certamente!!! E chega mesmo no dia! amanhã de manhã já chega! Agora resta dar rentabilidade ao investimento e aparvalhar quanto baste ao piano.

domingo, 30 de novembro de 2008

Dizem que não sabiam quem era, Giselle, O Fim

Mais um vídeo referente ao concerto "No Tempo dos Assassinos" em Junho de 2003 no CCB.
Estes três temas são do que melhor fez Jorge Palma até à data. Incluem-se no primeiro disco, com data de 1975, "Com Uma Viagem na Palma da Mão", do qual tenho a grande sorte de ter um dos poucos exemplares, e foi o prenúncio dum percurso notável.

Rua de Passos Manuel


"A tradição e a vanguarda lado a lado naquela que já não é só "a rua do ColiseuA Rua de Passos Manuel tem boémia e algumas das propostas culturais mais arrojadas do Porto, mas também há francesinhas e tartes de maçã à moda das nossas avós.


A Manuel da Silva Passos, ou Passos Manuel, é conhecido como um herói liberal, ligado à facção mais radical da revolução que mudou o país no século XIX. Porém, o político nascido em Guifões também revelou uma grande tendência para o consenso, na sua acção parlamentar e governativa. Na rua a que deu nome, e que começou a ser aberta em 1874, também convivem, em grande harmonia, conceitos tradicionais e vanguardistas. Aqui há lojas e restaurantes cheios de história, mas também locais de cultura e diversão que primam pelo cosmopolitismo.
Comecemos precisamente pela cultura, e pela referência obrigatória que é o Coliseu do Porto. Salvo, em 1995, de ser sala de culto da Igreja Universal do Reino de Deus, o espaço, com marcas de Art Déco, é actualmente um lugar de acolhimento de espectáculos, sem grande critério artístico. Por isso, as notícias de vanguardismo vêm de outros locais. Em 2001, abriu o Maus Hábitos, um café-bar e espaço de intervenção cultural, mesmo em frente ao Coliseu. Em 2004, o antigo cinema Passos Manuel reabriu como bar e sala de espectáculos. Desde 2006, há ainda o Pitch Club, que combina o bar do primeiro andar com a pista de dança do piso inferior, ao estilo dos clubs ingleses. Desde que abriu, tornou-se um dos locais da moda da noite portuense, dentro de uma gama média-alta. Por isso, há consumo obrigatório, que costuma rondar os 5-10 euros, dependendo dos DJ convidados. A estrela nacional é DJ Kitten, e o seu Cherry Bomb Club, com disco, punk e rock & roll. Aos fins-de-semana, muita gente acaba aqui a noite.
O Maus Hábitos e o Passos Manuel têm outra filosofia, sem consumo obrigatório, em que os concertos e a produção artística são o grande objectivo, e o álcool paga as contas. O primeiro localiza-se no quarto andar de um edifício que serve de parque automóvel, banal à primeira vista, mas com uma larga história. Foi construído em 1938, para receber os carros dos visitantes do Coliseu, e tinha um conceito arrojado: era um centro de serviços com barbearia, tabacaria, uma zona de banhos públicos e, diz-se, até um bordel. O Maus Hábitos ocupa o espaço dos antigos escritórios, e a sua estrutura labiríntica alberga várias exposições. Entre as 12h30 e as 15h também há almoços. Do outro lado da rua, o Passos Manuel destaca-se pela programação do seu auditório - onde cabe música, cinema, teatro e performance -, porventura a mais ousada da cidade. O projecto de António Guimarães, um veterano da noite portuense, compreende ainda o bar de apoio e uma claustrofóbica cave/discoteca, um dos portos seguros da boémia na Invicta.
E, para algo completamente diferente, por que não um corte de cabelo? Os Anjos Urbanos (localizados na loja de entrada do Centro Comercial Invictos) têm a fama de ser um dos cabeleireiros mais arrojados da cidade, mas só levam a experiência até onde o cliente o desejar. Neste salão, frequentado por pessoas de todas as idades, não há revistas de coração espalhadas pelas mesas, e a música anda por territórios chill-out ou étnicos. O preço dos cortes é de 25-30 euros (homens) e 30-40 euros (mulheres).
Uma rua para bons garfos
O lado mais tradicional da artéria passa, essencialmente, pela restauração. A Casa das Tortas data de meados do século XIX e está instalada no número 181 da Passos Manuel há mais de 100 anos. Os pastéis de chaves (agora também em variante vegetariana) são a grande especialidade, e podem ser apreciados num aconchegante recanto em pedra, recentemente remodelado. Nas mãos do mesmo proprietário, Amarílio Barbosa, está também, há cerca de três anos, o restaurante Escondidinho, inaugurado em 1931. A lista de antigos clientes inclui o rei Juan Carlos de Espanha ou Mário Soares, e este era um dos locais de eleição de Francisco Sá Carneiro, que tinha mesa marcada no dia da sua morte. No interior, ao estilo das velhas casas solarengas do Norte de Portugal, há um relógio de cuco com cerca de 200 anos e valiosas faianças portuguesas. As especialidades são o bacalhau à Escondidinho, a lagosta gratinada, o entrecosto grelhado e a tarte de maçã, que chegou a merecer referência no Guia Michelin. Uma refeição completa ronda, pelo menos, os 20 euros, e quem quiser encontrar uma alternativa mais barata tem o poiso perfeito no Café Santiago. Parece um snack-bar vulgar, mas está aqui uma das melhores (senão a melhor) francesinhas do Grande Porto. O Santiago data de 1940, mas a actual proprietária, Isabel Ferreira, tomou conta do café em 1981.
Também há história no Bingo Olympia, um antigo cinema inaugurado em 1912, no Ateneu Comercial do Porto, e em estabelecimentos comerciais como a Casa Figueiredo (aberta em 1926), o Armazém dos Linhos ou a Central dos Forros, uma retrosaria à moda antiga. E fiquemos com uma última nota do passado: Daniel Pires, um dos sócios do Maus Hábitos, pesquisou a história do "seu" edifício e descobriu que o circo no Porto, desde o século XIX, se fazia na parte alta da Passos Manuel. Agora, está lá o Coliseu, e, porque há coisas que nunca mudam, o circo está de volta em Dezembro."

Artigo de João Pedro Barros, in Público

sábado, 29 de novembro de 2008

Magnólia

Vai sendo raro encontrar bons filmes na televisão portuguesa, mas volta e meia lá temos uma boa surpresa. Hoje, à meia noite, a RTP2 transmite o filme de P.T. Anderson, Magnólia. Uma história rebuscada e fabulosa com uma excelente banda sonora da autoria de Aimee Mann.
Mais um filme que vi num dos ciclos de cinema que se faziam no Teatro do Campo Alegre. Quando esteve em exibição comercial passou-me um bocado ao lado, mas ainda bem que o apanhei uns tempos mais tarde!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Beck e Jane Birkin - L'anamour

Na continuidade da onda revivalista e na falta de algo inteligente para escrever, hoje fica este dueto muito curioso entre Beck e Jane Birkin, interpretando um original de Serge Gainsbourg e Jane Birkin.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Jorge Palma - À Espera do Fim

A ideia era só meter esta música simplesmente porque me apetece, mas como não sei inserir só música, cá fica este vídeo...foi o que se arranjou...
Sendo um dos mais fortes poemas do Jorge, não deixo de dar sempre por mim a pensar que reflecte apenas pequenos fragmentos de uma vida, estado de espírito e que passado algum tempo o lema volta sempre a ser " enquanto houver ventos e mar". Enquanto assim for, menos mal!

domingo, 23 de novembro de 2008

The Smashing Pumpkins - Disarm



E lá vai mais um fim de semana perfeitamente inútil sem nada para escrever, cá continua a onda revivalista...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Beach House - Heart of Chambers



E foi mais um bom concerto no Passos Manuel!

domingo, 16 de novembro de 2008

Um Mundo Catita



Hoje chega à RTP2, pelas 23h50, o alucinado mundo de Manuel João Vieira. Série da sua autoria e realizada pelo pianista jazz e realizador de cinema Filipe Melo...promete...a ver vamos!

"UM MUNDO CATITA é uma série de seis episódios inspirada no mundo e nas personagens inventadas por Manuel João Vieira, mas também nos grandes sucessos dos últimos anos da HBO americana.
Não é exagero dizer-se que nunca se fez nada assim em Portugal: ao contrário do que é habitual com os programas de humoristas, esta série não apresenta gags ou quadros sucessivos, mas, ao longo dos seus seis episódios, UM MUNDO CATITA conta uma história. A história de um cantor boémio e falido (protagonizado por Manuel João Vieira) que se apaixona pela sua bela dentista, que por sua vez está noiva de um jovem executivo bem sucedido. São as venturas e desventuras deste intrépido apaixonado que seguiremos ao longo dos episódios de UM MUNDO CATITA. Com um excelente nível de produção e bastante… picante, UM MUNDO CATITA explora um tipo de humor que se oferece a dois níveis de leitura – o burlesco e o non-sense."

A partir do personagem criado por Manuel João Vieira para o grupo Irmãos Catita, mas também inspirada nas lições colhidas de séries como "Seinfeld", “Oz”, “Os Sopranos”, “Sete Palmos”, “Deadwood” e “Curb Your Enthusiasm”, entre muitas outras, UM MUNDO CATITA é um caso inédito da ficção em Portugal."

in RTP

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Morcheeba - Trigger Hippie



E já passaram uns anitos...bons velhos tempos do trip-hop de Morcheeba com a insubstituível Skye Edwards.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

domingo, 9 de novembro de 2008

Fim da Terra



(autor não identificado)

sábado, 8 de novembro de 2008

Tom Waits - The Hearth of Saturday Night

E como é precisamente sábado à noite...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Nouvelle Vague - Blue Monday

Em solidariedade para quem não conseguiu bilhete para o concerto no Teatro Sá da Bandeira no próximo sábado, fica esta performance ao vivo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

Cat Power - Remember Me



Ora eu que já tinha visto Cat Power, que conheço bemzinho os seus discos, nunca tinha visto este vídeo lindo...do melhor que me chegou nos últimos tempos.

Rua José Falcão

A segunda vida da rua que se tornou num novo centro cosmopolita do Porto

O Café Lusitano chegou primeiro e, atrás dele, vieram outros empreendedores que descobriram o potencial de uma artéria que era quase só visitada pelos clientes das livrarias.

Muita coisa mudou na Rua de José Falcão, nos últimos anos. Por exemplo, Rogério, o acordeonista cego que animava a artéria quase diariamente, faleceu no ano passado. Quisemos saber mais: na estação de camionagem, a poucos passos de onde ganhava a vida, disseram-nos que andava na casa dos 60 anos e que tocava naquela rua há mais de 30, mesmo morando longe, perto de Vila do Conde. Depois, a conversa com o funcionário foi azedando: "Está aqui no nosso horário de trabalho, sem se identificar, a tirar dados...".
Interpelamos uma das poucas moradoras da rua, que apenas confirmou que a família afixou um cartaz na esquina onde tocava, a confirmar o falecimento, a 1 de Maio de 2007. Mas também não foi possível saber o nome desta fonte: "Isso não interessa nada".
Com esta introdução, pode parecer que a Rua de José Falcão é um segredo de Estado, mas a verdade é que ela está cada vez mais popular. O marco fundamental foi a abertura do Café Lusitano (a 4 de Fevereiro de 2005), que se tornou rapidamente num dos locais predilectos para o início da noite portuense, atraindo um público cosmopolita, dos 25 aos 55 anos. Hoje, em plena explosão do regresso da noite à Baixa, o Lusitano já tem a companhia do Armazém do Chá. Esta agitação convive lado a lado com uma indústria mais tradicional, a livreira. Nos pouco mais de 200 metros desta rua, há razões para acreditar que algo de bom está a acontecer no Porto.
Pode parecer um conto de fadas, mas atrás de cada porta descobrimos algo de criativo. Por exemplo, no número 199: o edifício de aspecto neo-árabe, revestido a azulejos e que muitos na cidade já davam por perdido, é há cerca de oito meses a sede de uma empresa de têxteis, a Fortiustex, que trabalha para a gama alta de mercado. "Precisávamos de um edifício que espelhasse dinâmica, criatividade, inovação", explica o dinamarquês Lars Eckardt, director-geral da empresa. No interior, tentou-se preservar ao máximo os materiais originais deste antigo armazém-mostruário da Fábrica de Cerâmica das Devesas, datado de cerca de 1890. O espaço não está aberto ao público, mas vale a pena observar a fachada, pensada para exibir a superioridade técnica da fábrica. E este não é caso único: do lado oposto da rua, a antiga sede da Associação de Futebol do Porto deu lugar à imobiliária Paçogeste, que recuperou o imóvel e que cede algumas salas a exposições da galeria Parábola, que se concentra nos novos valores. No piso térreo, está a loja do estilista setubalense Luís Buchinho. Nas traseiras, funciona o seu atelier, há cerca de um ano. Quase em frente, um grupo francês investe na reabilitação das antigas instalações da Associação Cristã da Mocidade, onde se vai instalar a Atelier des Créateurs, uma alfaiataria dedicada à gama média-alta e que vai alimentar lojas em Paris, contou ao PÚBLICO o administrador delegado, Ricardo Conceição.
A noite começa aqui
Poder-se-ia dizer que a Rua de José Falcão brilha mais à noite, se não fossem as queixas dos comerciantes sobre a falta de iluminação (e de limpeza). Os problemas começaram depois das obras na vizinha Rua de Ceuta, já concluídas: "A luz é a dos reclames do Banco Espírito Santo, do Lusitano e a nossa", queixa-se Sérgio Ribeiro, um dos proprietários do Armazém do Chá (juntamente com Rui Miguel Silva, conhecido por DJ Tilinhos). Inaugurado em Abril, é mais um farol do novo circuito de bares portuense: do primeiro andar, pode-se espreitar a rua e beber um copo de vinho ou um chá, acompanhado de umas bolachinhas.
Entre o Lusitano e o Armazém do Chá, encontram-se algumas semelhanças, a começar pelo passado dos respectivos espaços: o primeiro era uma venda de moagens (da qual se conserva parte do que é agora o balcão); no segundo, empacotava-se chá. No presente, aos fins-de-semana, ambos têm gente à porta e dão azo a um pé de dança. Porém, os dois espaços diferem no público nocturno alvo, mais velho no Lusitano, que tem a marca gay friendly. O bar de João Madureira, decorador de interiores, e de Mário Carvalho, proprietário da discoteca Indústria, também tem uma decoração mais clássica e acolhedora, mesclando objectos de influência oriental com outros dos séculos XVII ou XVIII. O Armazém do Chá aposta mais nos eventos (jam sessions e concertos ao vivo), enquanto o Lusitano opta por um registo musical relativamente conservador.
Durante o dia, vale a pena passar os olhos pelas estantes das livrarias Leitura, de âmbito generalista, e Britânica. Esta última até pondera abrir fora de horas, para aproveitar o movimento nocturno, e já tem um pequeno recanto em jeito de galeria de arte. Em Dezembro, à entrada do Centro Comercial Lumière, abriu a Era Uma Vez..., dedicada à literatura infanto-
-juvenil. E, voltando à noite, há ainda a referir que deve surgir na rua um novo bar, nos próximos meses. "Acho que já nem há mais espaços para alugar", conta Sérgio Ribeiro. Ao que parece, há mesmo algo a acontecer por aqui.

Artigo de João Pedro Barros, in Público

sábado, 1 de novembro de 2008

Ciclo de Cinema no Passos Manuel

De 4 a 7 de Novembro o Passos Manuel associa-se ao Seminário Internacional de Arquitectura Berlim: Reconstrução Crítica.

4 NOV 08 21h30


BERLIM, SINFONIA DE UMA GRANDE CIDADE


Walter Ruttmann, 1927


Analisado por Nuno Portas





5 NOV 08 21h30


GERMANIA, ANNO ZERO


Roberto Rosselini, 1947


Analisado por Abílio Hernandez Cardoso





6 NOV 08 21h30


ASAS DO DESEJO


Wim Wenders, 1987


Analisado por Pedro Barreto





7 NOV 08 21h30


BERLIN BABYLON


Hubertus Siegert, 2001


Analisado por Hubertus Siegert

O programa completo pode ser consultado aqui.


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Sicília



Após uma pequena viagem de autocarro com um motorista que remetia imediatamente para alguns filmes mediterrânicos, chegamos ao fim da manhã a Ragusa. Com o amigo siciliano que nos esperava lá fizemos o périplo pela cidade. Vista ao longe, tal como outras vilas e pequenas cidades da Sicília parecia um amontoado de casas em tudo quanto era espaço, com becos e escadarias onde não lembraria ao diabo dado que qualquer vendaval supostamente as deitava por terra. Mas de facto quando nos embrenhamos pelos meandros do casco histórico percebe-se a beleza desses espaços. E se não fosse desta forma, não seria a Sicília.
Já passaram uns anitos largos mas a ideia peregrina de ir até lá de carro continua..."enquanto houver ventos e mares".

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A cantora, o compositor, o estilista e o convidado dela



Em 2003 o CCB em co-produção com o Rivoli, prepararam este pequeno ciclo de concertos com Mafalda Veiga, Maria João e Mísia. A proposta seria que cada cantora selecciona-se um compositor a interpretar, um estilista e um convidado para estar em palco ou não. Mafalda Veiga escolheu como compositor Jorge Palma, estilista Maria Gambina e como convidado o realizador João Carrilho. Este realizador filmou Jorge Palma ao piano em sua casa, imagens essas que seriam projectadas em concerto para acompanhar Mafalda Veiga em alguns temas.
Apesar de Mafalda Veiga não fazer parte das minhas preferências musicais, Jorge Palma faz e o resultado está neste singular vídeo.

Cinema na Casa da Animação

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Animação e a Casa da Animação inicia um ciclo de cinema que decorre até o próximo domingo com um vasto programa que pode ser consultado aqui. Destaco a projecção no próximo sábado dos filmes premiados no Cartoon d'or de 2008.

Entrada livre

domingo, 26 de outubro de 2008

Le Fils de l'épicier



Hoje o dia começou novamente cedinho cedinho, ávido de sair de casa para comprar o jornal desportivo com o Northfork...tarefa cumprida com sucesso! E mais uma bela manhã para aproveitar numa esplanada...aproveitar enquanto dura...
Tendo em conta que era o último dia da Festa do Cinema Francês, tencionava eventualmente ver o novo filme do Kusturica ( que há dias julgava já ter passado cá no Porto!:) )...mas já depois de concluir que afinal ainda iria ser exibido, enganei-me na data e passou ontem. Assim, o dilema facilmente se desfez e por exclusão de partes vi Le Fils de l'épicier, um notável filme, uma história simples com um profundo humanismo das pequeníssimas coisas simples que fazem a diferença. Fica a vontade de pegar no carro e calcorrear montes e vales.

sábado, 25 de outubro de 2008

Estrellas - Julio Arrieta

Este filme no fundo retrata de forma mais ou menos burlesca os fundamentos da acção de Julio Arrieta na sua função de dinamizador cultural no bairro de barracas onde vive, a vila 21. Incluir os habitantes deste espaço nas suas criações artísticas é um objectivo a cumprir de forma a que todos tenham acesso à cultura mas também criar postos de trabalho, tornar aquele bairro num espaço de industria criativa à qual dificilmente teriam acesso.


A ver: Arte Villa Producción

P.S.: e o gosto pelos fins da tarde de sábado na baixa renova-se...sempre algo de "novo" a despertar curiosidade...desta vez as esculturas da fachada ao lado da Leitaria Quinta do Paço.

Acordar



Coisa rara em mim mas que me soube muito bem: Levantar relativamente cedo a um sábado, comprar o jornaleco e ir até a uma esplanada junto ao mar aproveitar este sol outonal. Aproveita-se muito mais o dia e o fim de semana pareceeeee maior! Por sorte, vi uma publicidade ao jornal Record, em que pelos vistos aos domingos vem como "semi" oferta um dvd. Poderia pensar-se que seria relativo aos melhores momentos do futebol nacional ou internacional, mas não!!! Amanhã sai juntamente com o Record o filme vencedor do Fantasporto 2004, Northfork de Michael Polish. Na altura vi o trailler desse filme e fiquei com vontade de vê-lo na íntegra, mas verdade seja dita que não fiz muito esforço por isso. Resumindo...amanhã não me escapa.

"Dentro de dois dias, a cidade de Northfork deixará de existir. Estamos em 1955 e Northfork está prestes a ficar submersa, para dar lugar a uma central hidroeléctrica. Grande parte da população aceitou ser deslocada para um local seguro acima do nível das águas, à excepção de alguns resistentes que defendem estoicamente as suas casas. Uma equipa de seis homens é então destacada para remover os últimos habitantes, antes que seja tarde demais. Uns esperam um sinal... outros, um milagre... mas, de uma forma ou de outra, todos terão de dizer adeus.
Misturando surrealismo e história, «Northfork» é uma história sobre a perda e a esperança, sobre os locais, a vida, a fé, a morte, o para lá da morte e o poder dos sonhos. Trata-se de um filme dos irmãos Polish (Mark e Michael), e o último sobre a América profunda".


E agora, segue-se o Trama no Passos Manuel...eventualmente pretextos também para não pensar no trabalho em atraso que deveria estar a pôr em dia neste momento:)

Theatro Circo

Ainda há umas horas falei aqui do Theatro Circo, e nem de propósito!:

"Já há um retrato do público do Theatro Circo: são as mulheres, os jovens e os bracarenses quem mais frequenta a sala de espectáculos. Os dados fazem parte de um estudo realizado, no ano passado, pela Universidade do Minho (UM). A dois dias de cumprir os primeiros dois anos desde a reabertura, o teatro já recebeu cerca de 150 mil pessoas nos seus dois palcos.
O estudo da UM, encomendado pelo Theatro Circo (TC), e que será apresentado em breve ao conselho de administração, revela que o seu público é maioritariamente feminino: 57 por cento dos espectadores. Há também um predomínio dos espectadores jovens - 42 por cento dos que o visitaram têm entre 21 e 30 anos e apenas 10 por cento tem mais de 40.
A esmagadora maioria dos que assistem aos espectáculos na sala bracarense são "vizinhos". O estudo da UM mostra que 67 por cento dos espectadores vivem em Braga. O Porto aparece em segundo lugar (7,2 por cento), seguindo-se Guimarães (2,9).
Paulo Brandão, o programador do TC, não está surpreendido com os números. "A maior presença de mulheres é notória. Penso que têm outro tipo de apetências", explica. Brandão sabe também por que é que o público do TC é maioritariamente jovem: "Braga é uma das cidades mais jovens do país e, apesar de haver uma ideia feita de que a universidade está distanciada da cidade, penso que não é verdade." Os números dão-lhe razão: 22 por cento dos espectadores são estudantes, revela o estudo.
No primeiro ano de funcionamento, o Theatro recebeu, além dos 750 mil euros anuais destinados pela Câmara de Braga, um apoio do Programa Operacional de Cultura. Esse facto, permitiu "trabalhar de uma forma muito diferente", recorda Paulo Brandão. Mas, com o fim do apoio do Estado, dois anos depois da reabertura, debate-se com problemas orçamentais, que levaram a um emagrecimento da estrutura. "A administração achou que havia lugar para alguma contenção de custos e tiveram que sair algumas pessoas. Gostaria que fosse de forma diferente", lamenta Paulo Brandão.
A programação também se ressentiu. Os grandes nomes internacionais, que marcaram os primeiros tempos do "novo" Circo, praticamente desapareceram da programação nos últimos meses e o festival do burlesco Burla, um evento único na Europa, que foi uma forte aposta em 2007, regressa no próximo mês, mas em versão reduzida: são apenas dois espectáculos, metade dos que foram programados no ano passado.
"Gostaria de ter um orçamento melhor que nos permitisse outra liberdade a nível de programação e de gestão de pessoal", salienta o director artístico. Mas Paulo Brandão diz que trabalha com aquilo que lhe é permitido e, nesse sentido, está "satisfeito com a programação" do Circo."

in Público

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A Naifa



Neste dia assisti ao meu 2º concerto de A Naifa, o 1º no renovado Theatro Circo em Braga. A Naifa, a par de Dead Combo, é o projecto musical dos últimos anos que mais atenção dispenso, se bem que, ainda mal ouvi o novo disco. Esta fusão de bateria, guitarra portuguesa, baixo e a voz da Mitó fazem um quadro perfeito para o meu ouvido.
O Theatro Circo, sem dúvida o teatro mais espantoso onde já estive, recuperado de forma minunciosa e com uma excelente programação. O problema parece residir nas quantias lá investidas para manter tal programação, pois o público supostamente andará um pouco afastado lá do sítio...

Trama 2008

Ora tencionava neste próximo fim de semana fazer jornada dupla para revisitar o filme A melhor Juventude, no Campo Alegre, maaaas entretanto surgiu a 3ª edição do Festival Trama que decorrerá por vários espaços da cidade, como os Maus Hábitos, Passos Manuel, Mosteiro de São Bento da Vitória, etc. Já me decidi! Entre algumas boas opções, uma parece-me merecedora de abdicar da dita jornada dupla no Campo Alegre: Estrelas! Filme de Frederico Léon e Marcos Martinez, no sábado, em mais uma visita nesta semana ao Passos Manuel. A sinopse despertou-me curiosidade (tal como o coro finlandês há dois anos):

"Um grupo de pessoas que vivem em condições marginais descobre uma forma artística e económica de sobreviver, ao representar-se e ao usar as suas casas como cenários. Actores profissionais e ocasionais, realizadores de cinema e poetas da vila, produtores estrangeiros e donas de casa que se tornaram actrizes principais encontram-se e envolvem-se no mesmo projecto artístico. Encontros e desencontros de dois mundos aparentemente opostos. Uma vila miserável adaptada e transformada num enorme plateau de cinema..."


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Buena Vista Social Club


A vinda a Portugal de Omara Portuondo fez-me voltar a ouvir os músicos de Buena Vista Social Club, bem como, relembrar alguns momentos vividos.
Buena Vista Social Club era um clube de música e dança em Havana nos anos 40 e ponto de encontro de músicos como Rubén González e Compay Segundo. Passados mais de 50 anos, o músico e produtor americano Ry Cooder vai ao encalce desses músicos, alguns deles já afastados de qualquer actividade musical e outros ainda a tocar pela ilha de Cuba. Após a gravação do disco com o nome do clube, Win Wenders, a partir da filmagem que realizou de dois concertos destes músicos, em Amesterdão e no Carnegie Hall em Nova Iorque, realizou este fantástico documentário, que ultrapassa em muito o dar a conhecer estes fabulosos interpretes, mostra sim a alma do povo cubano.
Vi este filme integrado no Cinema Fora do Sítio, naquela noite numa praia da Foz...uma muito gélida noite de Verão. Em 2001 assisti a um dos concertos da minha vida: Compay Segundo, aos 93 anos, no Coliseu do Porto...duas noites inesquecíveis.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Mieskuoro Huutajat



Há dois anos atrás, pela primeira edição do Festival Trama, movido apenas pela curiosidade despertada pela leitura da sinopse do programa, fui até à Casa da Música assistir ao concerto deste coro finlandês que utilizando uma linguagem primitiva interpreta cânticos pertencentes à herança musical finlandesa.
Deveras surpreendente!
Trama 2008 segue dentro de momentos...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Tributo a Elliott Smith





Ligaram-me há pouco a ver se amanhã (hoje) queria ir até ao Passos Manuel a um tributo a Elliott Smith no dia em que passam 5 anos da sua morte. Apesar de 3ªfeira ter que acordar cedo cedinho, lá vou eu. O cartaz promete uma noite bem pensada. Além disto, de facto, desde que o Passos Manuel foi reconvertido em espaço de cinema/teatro/concertos, tornou-se uma excelente alternativa para encontrar pequenas preciosidades que não teriam lugar em locais de maior dimensão. Acresce que a intervenção lá realizada teve um feliz resultado: uma pequena mas excelente sala e um bar com selecção musical criteriosa.


Adenda: Chegado do concerto...valeu bem a pena sair de casa: um tributo com excelentes músicos que revisitaram de forma despretensiosa Elliott Smith. A sala estava cheia, um óptimo sinal de que a baixa continua a ser um pólo fundamental na cidade e que o espaço do Passos Manuel é cada vez mais uma alternativa para bons concertos e afins.

domingo, 19 de outubro de 2008

Sigur Ros - Glósóli

É um lugar comum dizer-se que Sigur Ros nos remetem para as paisagens frias e agrestes da Islândia. Mas de facto eles conseguem transmitir-nos esse universo de forma intensa e arrepiante nas suas actuações ao vivo.
A ver com atenção o dvd Heima, documentário da banda com uma componente visual simplesmente bela...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Gabbeh




Durante bastante tempo tive uma "branca" pouco comum quando se guarda na memória um bom filme. Mas foi o que me aconteceu com Gabbeh (tapete persa) do realizador iraniano Mohsen Makhmalbaf . Vi-o há uma meia dúzia de anos em reposição num ciclo de cinema no Campo Alegre.
O filme retrata uma história de amor de cavaleiro por uma jovem nómada. Com a oposição familiar da jovem, ele segue-a ao longo de montes e vales, paisagens estas retratadas com inegualável beleza pelo realizador, tendo como pano de fundo os belíssimos Gabbeh.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Reflexão

Há dias quando resolvi abrir este recanto foi essencialmente com a ideia de colocar em escrita aquilo que vou reflectindo constantemente sobre mim e tudo que me rodeia. Após estes primeiros dias parece que não está a sair muito bem: referências a factos e poucas reflexões! A ver vamos se desencalho!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Gente Sentada com Devendra Banhart

Este singular festival recebeu na sua primeira edição, entre outros, Devendra Banhart, que mais tarde inspirado no local onde o mesmo decorreu, compôs a simples e bela canção" Santa Maria de la Feira".


domingo, 12 de outubro de 2008

Cinemateca no Porto

"Cinema independente ganha espaço de exibição no renovado Cine-Teatro Constantino Nery, em Matosinhos. Programação será coordenada por um dos organizadores do Indie Lisboa.

O ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, reafirmou a intenção de abrir um espaço de exibição e exposição de cinema na cidade do Porto, adiantando que as obras necessárias à concretização deste projecto deverão avançar durante o ano de 2009. "Há projecto, há dinheiro alocado, agora é fazer as obras", disse o governante, na semana passada, à margem da cerimónia que assinalou o 50º aniversário da Cinemateca Portuguesa.
De acordo com fonte do gabinete de imprensa do ministério, a declaração de José António Pinto Ribeiro limitou-se a confirmar aquilo que já havia dito em Julho último, no Museu de Serralves, quando anunciou a criação de uma cinemateca no Porto. De resto, a mesma fonte garantiu que não está ainda decidido onde ficará instalado o equipamento, que não se limitará a ser um mero pólo da Cinemateca Portuguesa, devendo dispor de uma direcção própria. Ao que o PÚBLICO apurou, porém, a Casa das Artes, projectada por Eduardo Souto Moura e encerrada há vários anos, continua a ser a hipótese mais forte para a instalação do pólo nortenho da Cinemateca, tendo a cabine de projecção sido recentemente objecto de uma pequena intervenção para esse fim.
A criação de uma cinemateca no Porto tem vindo a ser reivindicada por várias personalidades da cidade, tendo um abaixo-assinado posto a circular para o efeito recolhido mais de quatro mil assinaturas. Em Serralves, aliás, o ministro chegou a prometer a criação da Cinemateca até ao final da actual legislatura, mas nem o gabinete de imprensa do Ministério da Cultura nem o número dois da Cinemateca, Pedro Mexia, confirmam agora essa possibilidade.
Enquanto o anunciado equipamento não se concretiza, o Grande Porto vai passar a dispor, já em Novembro, de um novo espaço de exibição de cinema independente: o renovado Cine-Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, estreará um filme por semana e, segundo a directora, Luísa Pinto, terá a programação de cinema coordenada por Nuno Sena, um dos organizadores do festival IndieLisboa.
"Sou muito realista e sei que é um risco grande, que há pouco público. Mas vamos apostar em fidelizar e educar o público para um tipo de cinema não comercial e acredito que seja possível fazer renascer o ambiente extraordinário que me recordo de ver nos tempos áureos do Cineclube do Porto", disse Luísa Pinto ao PÚBLICO. "Se, ao fim de um ano, tiver 80 pessoas na sala, dou-me por feliz", acrescentou esta responsável.
"Essas coisas são muito voláteis", concorda António Costa, responsável pelos cinemas Medeia no Shopping Cidade do Porto e no Teatro do Campo Alegre, segundo o qual o último filme de Eric Rohmer, Os Amores de Astrea e de Celadon, precisou de cinco semanas para atingir os mil espectadores. As contas são fáceis de fazer: com quatro sessões diárias, o filme terá registado uma média de... sete espectadores por sessão.

Pouca divulgação

Trata-se, obviamente, de um exemplo extremo e que António Costa justifica com a pouca divulgação nos órgãos de comunicação social. "Público há, mas é preciso chegar a ele", diz, acrescentando que a solução tem passado pela tentativa de divulgação através de newsletters via correio electrónico ou de protocolos celebrados com universidades. "Mas a ideia que tenho, das sessões a que vou, por exemplo em Serralves, é que aparecem sempre as mesmas pessoas. O abaixo-assinado teve 4600 assinaturas, mas isso não quer dizer que essas pessoas vão sempre ao cinema", diz António Costa.
As sessões de cinema alternativo em Serralves são, ainda assim, um caso que suscita algum optimismo. O recente ciclo dedicado aos filmes de Manoel de Oliveira registou uma média de cerca de 90 espectadores por sessão: Aniki Bobó foi visto, num domingo de manhã, por 231 pessoas, embora um clássico como O Homem da Câmara de Filmar se tenha ficado pelos 25 espectadores.

Os números de Lisboa

É bom? É mau? É, pelo menos, difícil dizer se o interesse suscitado pelos filmes em Serralves corresponde a um interesse real do público por este género de cinema mais alternativo. Mas, comparando com os números que João Bénard da Costa divulgou recentemente sobre a Cinemateca Portuguesa, o panorama não parece ser totalmente desanimador: segundo um artigo de opinião que o director da Cinemateca publicou em Junho último, aquele equipamento tem, em média, cerca de 60 mil espectadores por ano; se fizermos as contas a cinco sessões diárias, chega-se a uma média de pouco mais de 30 espectadores por sessão.
Há outra boa notícia para os amantes do cinema alternativo do Grande Porto. Os cinemas do Shopping Cidade do Porto vão, para já, continuar abertos. Segundo António Costa, o espectro do seu encerramento, dado como certo há um ano, está agora afastado, assegurando-se a programação num dos poucos espaços da cidade onde ainda é possível ver filmes de autor, cinema europeu e alternativo.
O Cine-Teatro Constantino Nery é inaugurado no próximo dia 15 de Novembro e já tem programação de cinema até Dezembro de 2009. Do conjunto de ciclos previstos conta-se, em Maio, uma extensão do festival IndieLisboa, mas também programas temáticos ligados à quadra festiva (Natal, Carnaval, etc.) e a outros eventos culturais de Matosinhos, como os encontros Literatura em Viagem. Haverá ainda, entre outros, ciclos dedicados às cidades, às migrações e à música. Até Dezembro, o renovado espaço contará apenas com projecção digital, mas, a partir de Janeiro, passará também a dispor de equipamento para projecção de película."

in Público

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Polly Jean Harvey & Bjork

Estava há pouco em casa de uma grande amiga e estas duas senhoras vieram à baila. Ao tempo que já não ouvia esta revisitação arrebatadora de Rolling Stones. Confesso que a PJ enche-me realmente as medidas pelo seu percurso musical que acompanho já há uns anitos largos. Certamente esta senhora aparecerá mais vezes por estas bandas.


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Cinema italiano



Ainda há dias fiz uma breve referência ao filme " A melhor juventude" o qual considero um dos grandes filmes que já vi. E nem de propósito: de 9 a 29 de Outubro, no Teatro do Campo Alegre (mais uma vez o Teatro Campo Alegre), presenteia-nos com um ciclo de cinema italiano do neo-realismo à actualidade: de Visconti e Fellini a Nani Moretti e Bertolucci, entre outros. Cá fica o link para a programação completa! Certamente não resistirei a rever " A melhor juventude", a apresentar em duas partes.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Plano gorado

No final de um dia de trabalho nada melhor do que uma reunião para discutir o sexo dos anjos, certo? Ainda por cima, já toda a gente sabe que os anjos não têm sexo. Mas após 2 horas grande parte da prol veio para casa satisfeita e perfeitamente convencida que afinal os anjos têm sexo, ou seja, dúvida eventualmente resolvida.
Eu chego a casa perfeitamente insatisfeito, ainda convencido de que os anjos não têm sexo e com o meu plano de ir até ao Campo Alegre ver My Blueberry Nights - O Sabor do amor, inviabilizado.
Agora só mesmo em dvd! Até lá continuam presentes as imagens de Disponível para Amar!

domingo, 5 de outubro de 2008

Cabaret Molotov



Aprendi a apreciar Novo Circo no Teatro Municipal Rivoli, no tempo em que tinha uma programação de enorme qualidade e que por grande empenho da directora artística, Isabel Alves Costa, começou incluir na programação da casa esta nova forma de arte já muito desenvolvida em França. Entretanto, surgiu a Circolando, uma excelente companhia de Novo Circo cá do burgo. Espectáculos como "Giroflé" ou "Cavaterra" deixaram o espectador deslumbrado com as suas cenografias e poeticidade de linguagem corporal.
Agora, nas comemorações dos 20 anos do Teatro de Marionetas do Porto, podemos ver ou rever a incursão desta companhia pela arte do Novo Circo, com o espectáculo" Cabaret Molotov", que estará em cena no Mosteiro de S. Bento da Vitória de 9 a 19 de Outubro.
A minha expectativa é grande!! (pelo menos a banda sonora promete: Yann Tiersen, Gotan Project, Kurt Weill...)


Adenda: vou-me ficar pelo que me descreveram...não venci a apatia desta vez.



sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dinis Machado 1930-2008

Fica aqui o link para uma das últimas entrevistas do jornalista e escritor, concedida ao jornal Público.

De volta ao cinema

Durante muito tempo andei bastante afastado dos meus filmezitos, tendo nestes últimos meses feito um "regresso ás origens" que começou com " O meu irmão é filho único", filme este que fica uns furos abaixo de " A melhor juventude", do mesmo realizador. Seguiu-se o muito aclamado pela crítica "Segredo de um cuscuz", um filme que claramente é a minha cara, histórias simples/burlescas de vidas normais, com a miscelânea das culturas do Mediterrâneo a virem ao de cima como convém.
Neste contexto do tal "regresso ás origens" veio mesmo a calhar o ciclo de cinema da Medeia Filmes no Teatro do Campo Alegre. Aproveitei para ver dois dos filmes em maior destaque nos Óscares deste ano: "Haverá Sangue" e " Este país não é para velhos". Dois filmes com bons argumentos acima de tudo, apesar de não me cansar de afimar que realmente, cinema americano, salvo poucas excepções não é todo o que mais me motiva para ir a uma sala de cinema. No meio destes filmes """óscarianos""" fica a verdadeira cereja em cima do bolo: "Caramel". Belo filme, mais uma vez de pessoas normais que tentam viver da melhor forma possível no meio da instabilidade do seu país, o Líbano, mostrando com um humor acutilante o melhor das suas tradições muçulmanas e católicas.
Após esta saga de bom cinema, apetece continuar o mesmo ritmo e de preferência sempre na sala do Campo Alegre onde ao longo dos anos tenho visto muito bom cinema. É uma tristeza mas já não restam mais salas na cidade, a não ser em centros comerciais todos uns iguais aos outros.


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Dia Mundial da Música



A divinal Lhasa de Sela

Dias...

"Hoje acordaste de uma forma diferente dos outros dias
Sentes-te estranho
Tens as mãos húmidas e frias
Tentas lembrar-te de algum pesadelo
Mas o esforço é em vão
Parece-te ouvir passos dentro de casa
Mas não sabes de quem são..."


" A Balada dum Estranho", Jorge Palma