domingo, 30 de novembro de 2008

Dizem que não sabiam quem era, Giselle, O Fim

Mais um vídeo referente ao concerto "No Tempo dos Assassinos" em Junho de 2003 no CCB.
Estes três temas são do que melhor fez Jorge Palma até à data. Incluem-se no primeiro disco, com data de 1975, "Com Uma Viagem na Palma da Mão", do qual tenho a grande sorte de ter um dos poucos exemplares, e foi o prenúncio dum percurso notável.

Rua de Passos Manuel


"A tradição e a vanguarda lado a lado naquela que já não é só "a rua do ColiseuA Rua de Passos Manuel tem boémia e algumas das propostas culturais mais arrojadas do Porto, mas também há francesinhas e tartes de maçã à moda das nossas avós.


A Manuel da Silva Passos, ou Passos Manuel, é conhecido como um herói liberal, ligado à facção mais radical da revolução que mudou o país no século XIX. Porém, o político nascido em Guifões também revelou uma grande tendência para o consenso, na sua acção parlamentar e governativa. Na rua a que deu nome, e que começou a ser aberta em 1874, também convivem, em grande harmonia, conceitos tradicionais e vanguardistas. Aqui há lojas e restaurantes cheios de história, mas também locais de cultura e diversão que primam pelo cosmopolitismo.
Comecemos precisamente pela cultura, e pela referência obrigatória que é o Coliseu do Porto. Salvo, em 1995, de ser sala de culto da Igreja Universal do Reino de Deus, o espaço, com marcas de Art Déco, é actualmente um lugar de acolhimento de espectáculos, sem grande critério artístico. Por isso, as notícias de vanguardismo vêm de outros locais. Em 2001, abriu o Maus Hábitos, um café-bar e espaço de intervenção cultural, mesmo em frente ao Coliseu. Em 2004, o antigo cinema Passos Manuel reabriu como bar e sala de espectáculos. Desde 2006, há ainda o Pitch Club, que combina o bar do primeiro andar com a pista de dança do piso inferior, ao estilo dos clubs ingleses. Desde que abriu, tornou-se um dos locais da moda da noite portuense, dentro de uma gama média-alta. Por isso, há consumo obrigatório, que costuma rondar os 5-10 euros, dependendo dos DJ convidados. A estrela nacional é DJ Kitten, e o seu Cherry Bomb Club, com disco, punk e rock & roll. Aos fins-de-semana, muita gente acaba aqui a noite.
O Maus Hábitos e o Passos Manuel têm outra filosofia, sem consumo obrigatório, em que os concertos e a produção artística são o grande objectivo, e o álcool paga as contas. O primeiro localiza-se no quarto andar de um edifício que serve de parque automóvel, banal à primeira vista, mas com uma larga história. Foi construído em 1938, para receber os carros dos visitantes do Coliseu, e tinha um conceito arrojado: era um centro de serviços com barbearia, tabacaria, uma zona de banhos públicos e, diz-se, até um bordel. O Maus Hábitos ocupa o espaço dos antigos escritórios, e a sua estrutura labiríntica alberga várias exposições. Entre as 12h30 e as 15h também há almoços. Do outro lado da rua, o Passos Manuel destaca-se pela programação do seu auditório - onde cabe música, cinema, teatro e performance -, porventura a mais ousada da cidade. O projecto de António Guimarães, um veterano da noite portuense, compreende ainda o bar de apoio e uma claustrofóbica cave/discoteca, um dos portos seguros da boémia na Invicta.
E, para algo completamente diferente, por que não um corte de cabelo? Os Anjos Urbanos (localizados na loja de entrada do Centro Comercial Invictos) têm a fama de ser um dos cabeleireiros mais arrojados da cidade, mas só levam a experiência até onde o cliente o desejar. Neste salão, frequentado por pessoas de todas as idades, não há revistas de coração espalhadas pelas mesas, e a música anda por territórios chill-out ou étnicos. O preço dos cortes é de 25-30 euros (homens) e 30-40 euros (mulheres).
Uma rua para bons garfos
O lado mais tradicional da artéria passa, essencialmente, pela restauração. A Casa das Tortas data de meados do século XIX e está instalada no número 181 da Passos Manuel há mais de 100 anos. Os pastéis de chaves (agora também em variante vegetariana) são a grande especialidade, e podem ser apreciados num aconchegante recanto em pedra, recentemente remodelado. Nas mãos do mesmo proprietário, Amarílio Barbosa, está também, há cerca de três anos, o restaurante Escondidinho, inaugurado em 1931. A lista de antigos clientes inclui o rei Juan Carlos de Espanha ou Mário Soares, e este era um dos locais de eleição de Francisco Sá Carneiro, que tinha mesa marcada no dia da sua morte. No interior, ao estilo das velhas casas solarengas do Norte de Portugal, há um relógio de cuco com cerca de 200 anos e valiosas faianças portuguesas. As especialidades são o bacalhau à Escondidinho, a lagosta gratinada, o entrecosto grelhado e a tarte de maçã, que chegou a merecer referência no Guia Michelin. Uma refeição completa ronda, pelo menos, os 20 euros, e quem quiser encontrar uma alternativa mais barata tem o poiso perfeito no Café Santiago. Parece um snack-bar vulgar, mas está aqui uma das melhores (senão a melhor) francesinhas do Grande Porto. O Santiago data de 1940, mas a actual proprietária, Isabel Ferreira, tomou conta do café em 1981.
Também há história no Bingo Olympia, um antigo cinema inaugurado em 1912, no Ateneu Comercial do Porto, e em estabelecimentos comerciais como a Casa Figueiredo (aberta em 1926), o Armazém dos Linhos ou a Central dos Forros, uma retrosaria à moda antiga. E fiquemos com uma última nota do passado: Daniel Pires, um dos sócios do Maus Hábitos, pesquisou a história do "seu" edifício e descobriu que o circo no Porto, desde o século XIX, se fazia na parte alta da Passos Manuel. Agora, está lá o Coliseu, e, porque há coisas que nunca mudam, o circo está de volta em Dezembro."

Artigo de João Pedro Barros, in Público

sábado, 29 de novembro de 2008

Magnólia

Vai sendo raro encontrar bons filmes na televisão portuguesa, mas volta e meia lá temos uma boa surpresa. Hoje, à meia noite, a RTP2 transmite o filme de P.T. Anderson, Magnólia. Uma história rebuscada e fabulosa com uma excelente banda sonora da autoria de Aimee Mann.
Mais um filme que vi num dos ciclos de cinema que se faziam no Teatro do Campo Alegre. Quando esteve em exibição comercial passou-me um bocado ao lado, mas ainda bem que o apanhei uns tempos mais tarde!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Beck e Jane Birkin - L'anamour

Na continuidade da onda revivalista e na falta de algo inteligente para escrever, hoje fica este dueto muito curioso entre Beck e Jane Birkin, interpretando um original de Serge Gainsbourg e Jane Birkin.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Jorge Palma - À Espera do Fim

A ideia era só meter esta música simplesmente porque me apetece, mas como não sei inserir só música, cá fica este vídeo...foi o que se arranjou...
Sendo um dos mais fortes poemas do Jorge, não deixo de dar sempre por mim a pensar que reflecte apenas pequenos fragmentos de uma vida, estado de espírito e que passado algum tempo o lema volta sempre a ser " enquanto houver ventos e mar". Enquanto assim for, menos mal!

domingo, 23 de novembro de 2008

The Smashing Pumpkins - Disarm



E lá vai mais um fim de semana perfeitamente inútil sem nada para escrever, cá continua a onda revivalista...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Beach House - Heart of Chambers



E foi mais um bom concerto no Passos Manuel!

domingo, 16 de novembro de 2008

Um Mundo Catita



Hoje chega à RTP2, pelas 23h50, o alucinado mundo de Manuel João Vieira. Série da sua autoria e realizada pelo pianista jazz e realizador de cinema Filipe Melo...promete...a ver vamos!

"UM MUNDO CATITA é uma série de seis episódios inspirada no mundo e nas personagens inventadas por Manuel João Vieira, mas também nos grandes sucessos dos últimos anos da HBO americana.
Não é exagero dizer-se que nunca se fez nada assim em Portugal: ao contrário do que é habitual com os programas de humoristas, esta série não apresenta gags ou quadros sucessivos, mas, ao longo dos seus seis episódios, UM MUNDO CATITA conta uma história. A história de um cantor boémio e falido (protagonizado por Manuel João Vieira) que se apaixona pela sua bela dentista, que por sua vez está noiva de um jovem executivo bem sucedido. São as venturas e desventuras deste intrépido apaixonado que seguiremos ao longo dos episódios de UM MUNDO CATITA. Com um excelente nível de produção e bastante… picante, UM MUNDO CATITA explora um tipo de humor que se oferece a dois níveis de leitura – o burlesco e o non-sense."

A partir do personagem criado por Manuel João Vieira para o grupo Irmãos Catita, mas também inspirada nas lições colhidas de séries como "Seinfeld", “Oz”, “Os Sopranos”, “Sete Palmos”, “Deadwood” e “Curb Your Enthusiasm”, entre muitas outras, UM MUNDO CATITA é um caso inédito da ficção em Portugal."

in RTP

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Morcheeba - Trigger Hippie



E já passaram uns anitos...bons velhos tempos do trip-hop de Morcheeba com a insubstituível Skye Edwards.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

domingo, 9 de novembro de 2008

Fim da Terra



(autor não identificado)

sábado, 8 de novembro de 2008

Tom Waits - The Hearth of Saturday Night

E como é precisamente sábado à noite...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Nouvelle Vague - Blue Monday

Em solidariedade para quem não conseguiu bilhete para o concerto no Teatro Sá da Bandeira no próximo sábado, fica esta performance ao vivo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

Cat Power - Remember Me



Ora eu que já tinha visto Cat Power, que conheço bemzinho os seus discos, nunca tinha visto este vídeo lindo...do melhor que me chegou nos últimos tempos.

Rua José Falcão

A segunda vida da rua que se tornou num novo centro cosmopolita do Porto

O Café Lusitano chegou primeiro e, atrás dele, vieram outros empreendedores que descobriram o potencial de uma artéria que era quase só visitada pelos clientes das livrarias.

Muita coisa mudou na Rua de José Falcão, nos últimos anos. Por exemplo, Rogério, o acordeonista cego que animava a artéria quase diariamente, faleceu no ano passado. Quisemos saber mais: na estação de camionagem, a poucos passos de onde ganhava a vida, disseram-nos que andava na casa dos 60 anos e que tocava naquela rua há mais de 30, mesmo morando longe, perto de Vila do Conde. Depois, a conversa com o funcionário foi azedando: "Está aqui no nosso horário de trabalho, sem se identificar, a tirar dados...".
Interpelamos uma das poucas moradoras da rua, que apenas confirmou que a família afixou um cartaz na esquina onde tocava, a confirmar o falecimento, a 1 de Maio de 2007. Mas também não foi possível saber o nome desta fonte: "Isso não interessa nada".
Com esta introdução, pode parecer que a Rua de José Falcão é um segredo de Estado, mas a verdade é que ela está cada vez mais popular. O marco fundamental foi a abertura do Café Lusitano (a 4 de Fevereiro de 2005), que se tornou rapidamente num dos locais predilectos para o início da noite portuense, atraindo um público cosmopolita, dos 25 aos 55 anos. Hoje, em plena explosão do regresso da noite à Baixa, o Lusitano já tem a companhia do Armazém do Chá. Esta agitação convive lado a lado com uma indústria mais tradicional, a livreira. Nos pouco mais de 200 metros desta rua, há razões para acreditar que algo de bom está a acontecer no Porto.
Pode parecer um conto de fadas, mas atrás de cada porta descobrimos algo de criativo. Por exemplo, no número 199: o edifício de aspecto neo-árabe, revestido a azulejos e que muitos na cidade já davam por perdido, é há cerca de oito meses a sede de uma empresa de têxteis, a Fortiustex, que trabalha para a gama alta de mercado. "Precisávamos de um edifício que espelhasse dinâmica, criatividade, inovação", explica o dinamarquês Lars Eckardt, director-geral da empresa. No interior, tentou-se preservar ao máximo os materiais originais deste antigo armazém-mostruário da Fábrica de Cerâmica das Devesas, datado de cerca de 1890. O espaço não está aberto ao público, mas vale a pena observar a fachada, pensada para exibir a superioridade técnica da fábrica. E este não é caso único: do lado oposto da rua, a antiga sede da Associação de Futebol do Porto deu lugar à imobiliária Paçogeste, que recuperou o imóvel e que cede algumas salas a exposições da galeria Parábola, que se concentra nos novos valores. No piso térreo, está a loja do estilista setubalense Luís Buchinho. Nas traseiras, funciona o seu atelier, há cerca de um ano. Quase em frente, um grupo francês investe na reabilitação das antigas instalações da Associação Cristã da Mocidade, onde se vai instalar a Atelier des Créateurs, uma alfaiataria dedicada à gama média-alta e que vai alimentar lojas em Paris, contou ao PÚBLICO o administrador delegado, Ricardo Conceição.
A noite começa aqui
Poder-se-ia dizer que a Rua de José Falcão brilha mais à noite, se não fossem as queixas dos comerciantes sobre a falta de iluminação (e de limpeza). Os problemas começaram depois das obras na vizinha Rua de Ceuta, já concluídas: "A luz é a dos reclames do Banco Espírito Santo, do Lusitano e a nossa", queixa-se Sérgio Ribeiro, um dos proprietários do Armazém do Chá (juntamente com Rui Miguel Silva, conhecido por DJ Tilinhos). Inaugurado em Abril, é mais um farol do novo circuito de bares portuense: do primeiro andar, pode-se espreitar a rua e beber um copo de vinho ou um chá, acompanhado de umas bolachinhas.
Entre o Lusitano e o Armazém do Chá, encontram-se algumas semelhanças, a começar pelo passado dos respectivos espaços: o primeiro era uma venda de moagens (da qual se conserva parte do que é agora o balcão); no segundo, empacotava-se chá. No presente, aos fins-de-semana, ambos têm gente à porta e dão azo a um pé de dança. Porém, os dois espaços diferem no público nocturno alvo, mais velho no Lusitano, que tem a marca gay friendly. O bar de João Madureira, decorador de interiores, e de Mário Carvalho, proprietário da discoteca Indústria, também tem uma decoração mais clássica e acolhedora, mesclando objectos de influência oriental com outros dos séculos XVII ou XVIII. O Armazém do Chá aposta mais nos eventos (jam sessions e concertos ao vivo), enquanto o Lusitano opta por um registo musical relativamente conservador.
Durante o dia, vale a pena passar os olhos pelas estantes das livrarias Leitura, de âmbito generalista, e Britânica. Esta última até pondera abrir fora de horas, para aproveitar o movimento nocturno, e já tem um pequeno recanto em jeito de galeria de arte. Em Dezembro, à entrada do Centro Comercial Lumière, abriu a Era Uma Vez..., dedicada à literatura infanto-
-juvenil. E, voltando à noite, há ainda a referir que deve surgir na rua um novo bar, nos próximos meses. "Acho que já nem há mais espaços para alugar", conta Sérgio Ribeiro. Ao que parece, há mesmo algo a acontecer por aqui.

Artigo de João Pedro Barros, in Público

sábado, 1 de novembro de 2008

Ciclo de Cinema no Passos Manuel

De 4 a 7 de Novembro o Passos Manuel associa-se ao Seminário Internacional de Arquitectura Berlim: Reconstrução Crítica.

4 NOV 08 21h30


BERLIM, SINFONIA DE UMA GRANDE CIDADE


Walter Ruttmann, 1927


Analisado por Nuno Portas





5 NOV 08 21h30


GERMANIA, ANNO ZERO


Roberto Rosselini, 1947


Analisado por Abílio Hernandez Cardoso





6 NOV 08 21h30


ASAS DO DESEJO


Wim Wenders, 1987


Analisado por Pedro Barreto





7 NOV 08 21h30


BERLIN BABYLON


Hubertus Siegert, 2001


Analisado por Hubertus Siegert

O programa completo pode ser consultado aqui.