quarta-feira, 27 de maio de 2009

Périplo de Miguel Portas

Miguel Portas, que para mim é um ímpar conhecedor das civilizações do Médio Oriente e Mediterrâneo, lançou há dias esta obra com textos da sua autoria e fotografias de Camilo Azevedo. Esta parceria surge em consequência da série documental "Périplo - Histórias do Mediterrâneo" na qual nos guiou por vários lugares e histórias marcantes para o mundo moderno, no Mediterrâneo.




Já agora, a Feira do Livro do Porto abriu hoje as portas e assentou arraiais na Avenida dos Aliados, onde espero que continue durante longos anos.


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Rua do Almada


"Passou a moda, mas ficou muita música


A antiga rua do comércio de ferragens renovou-se com o aparecimento de várias lojas alternativas e dedicadas à cultura urbana. Porém, o processo tem sofrido alguma estagnação.

"A Rua do Almada já não é o que era." Eis uma frase que ouvimos aos comerciantes tradicionais, maioritariamente dedicados às ferragens e afins, e aos jovens que aqui abriram negócios alternativos nos últimos anos que coexistem saudavelmente, e em complementaridade com os espaços mais antigos. Obviamente, os lojistas mais recentes proferem aquela frase com um sentido diferente: depois da moda da Rua do Almada ter atingido o auge há três anos, com a abertura de vários espaços, a agitação abrandou. Por exemplo, fechou o Espaço 555, que funcionava primordialmente como galeria de arte e cafetaria. Até a atenção da comunicação social diminuiu. "Houve uma altura em que vinham fazer reportagens quase todos os dias", disse-nos Mariana Faria, da Zona 6, o único local do país onde se pode gravar vinil à unidade, a partir de um suporte digital.
No entanto, o clima não é depressivo, porque ainda acontecem aqui muitas coisas, especialmente no campo da música. Nesta artéria há quatro lojas de discos e dois estabelecimentos (Casa Guimarães e Castanheira) dedicados aos instrumentos musicais, que convertem a rua num centro inevitável para os melómanos e artistas da cidade.
De resto, a Rua do Almada sempre teve um cunho progressista: o seu nome deve-se a João de Almada e Melo, governador do Porto que liderou uma revolução urbanística durante o século XVIII. Após a sua morte, em Outubro de 1786, o seu filho Francisco de Almada tomaria as rédeas, prosseguindo a modernização.
Os Almadas foram responsáveis pelo primeiro arranjo urbanístico e viário da cidade e pela sua expansão para norte, na qual se inseriu a Rua do Almada. A artéria, que surgiu como continuação da anterior Rua das Hortas e começou a ser construída em 1761, é considerada a primeira grande rua aberta fora das muralhas. Tornou-se depois centro de comércio e lugar de habitação de famílias aristocráticas, tendo nela vivido Ana Plácido, a mulher que levou Camilo Castelo Branco à prisão.
No presente, a história da rua também é a história de Miguel Barbosa, que a conhece desde miúdo, quando vinha "comprar ferragens". Muitos anos depois de ter começado a desenhar e construir peças em acrílico, criou aqui o seu atelier e elogia o "espírito de aldeia" reinante entre vizinhos.
Comecemos uma visita guiada no sentido ascendente, da Rua dos Clérigos até à Praça da República. No número 63 está, desde a década de 1940, a fábrica da confeitaria Arcádia. Na sua entrada funciona uma loja onde as amêndoas de várias formas e feitios e as clássicas línguas de gato de chocolate são dois ex-líbris. Mais acima está o supermercado Troika, que vende vários produtos do leste da Europa, desde conservas ate matrioskas, as tradicionais bonecas russas.

O império do vinil

Quase em frente está a loja de discos Louie Louie, que divide o espaço com a Embaixada Lomográfica. Num antigo local de trabalho de ferreiros - onde ainda funciona um carrinho que se move sobre carris, entre as traseiras e a porta da loja -, misturam-se as exposições fotográficas e a música. Os CD usados e em nice price (entre 5 e 10 euros) são a maior aposta, ao lado do vinil, formato em que a Louie Louie disponibiliza as últimas novidades.
O vinil, cuja importância tem vindo a ressurgir, é uma das marcas da artéria. O expoente máximo é a Zona 6, que funciona ainda como loja de discos (focando-se no drum & bass, dubstep e reggae) e de equipamento e acessórios para DJ. A Lost Underground é outra alternativa onde o suporte vinil tem bastante peso. Aqui também se compram e vendem artigos usados, sendo que os géneros mais representados, no âmbito de um catálogo generalista, são o metal, o punk e o rock & roll. Já perto da Praça da República, a Retroparadise tem uma extensa oferta, exclusivamente em vinil, focando-se no soul, funk e jazz dos anos 60 e 70. A principal área de negócio era a roupa em segunda mão, mas agora só é possível visitar o armazém por marcação. Em jeito telegráfico, refira-se a Maria Vai com as Outras (com exposições, eventos, livros e artesanato), a Casa Almada (dedicada a móveis, iluminação e objectos de design dos anos 1950-70, mas também com roupa e acessórios no piso superior) e as francesinhas do Café Pontual, das mais elogiadas da cidade.
Dissemos que não têm aberto muitos estabelecimentos nos últimos tempos, mas há pelo menos uma novidade: a Retrato do Que Vejo, no número 415, tem cerca de quatro meses. Aqui encontra-se artesanato urbano - por exemplo, bonecas de trapo - e vestuário diversificado. Mais uma prova de que há muito para descobrir na artéria é o evento Alma da Rua, que se realizou pela primeira vez no ano passado e que terá nova edição a 20 de Junho. Durante esse dia, as lojas ditas modernas mantêm-se abertas entre as 12h e as 24h, com promoções e actividades culturais."

Artigo de João Pedro Barros in Público

sábado, 23 de maio de 2009

Andrew Bird - Nervous Tic Motion



24/25 Maio - Cinema S. Jorge, Lisboa

26 Maio - Theatro Circo, Braga

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sérgio Godinho - Espalhem a Notícia


Já cá faltava este senhor!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

quarta-feira, 13 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

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Chegou hoje ás bancas o novo jornal diário.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Rua de Mouzinho da Silveira

"A artéria que os turistas percorrem a caminho da Ribeira do Porto


Os visitantes estrangeiros são a principal fonte de animação da rua e é a eles que são dedicadas as várias lojas de artesanato e recordações da zona


Não vale a pena escondê-lo: a Rua de Mouzinho da Silveira é uma sombra do que já foi. Por entre belas fachadas do século XIX, há prédios devolutos e lojas fechadas. Porém, até meados do século XX, este era um dos principais núcleos comerciais do Porto, no tempo em que a actividade comercial estava virada para o rio. Aliás, a sua abertura, em 1875, deveu-se precisamente ao intenso tráfego que se registava entre a zona ribeirinha e o centro da cidade, que tinha como alternativa a paralela (e mais estreita) Rua das Flores. Mais de 80 parcelas de habitações, incluindo algumas de herança medieval, foram demolidas. Para se perceber a dimensão da mudança urbanística, refira-se que foram arrasadas duas capelas, vestígios da antiga muralha fernandina e até pontes. Não parece, mas por baixo da artéria há água a correr: as obras conduziram ao encanamento do rio da Vila, ainda hoje presente na toponímia da zona.

Nos dias de hoje, são os turistas quem mais calcorreia a rua, no inevitável percurso rumo à zona histórica da Ribeira. Por isso, uma parte do comércio adaptou--se às suas necessidades e as lojas de artesanato e pequenas recordações têm vindo a crescer.A Prometeu é a mais interessante: o tecto está coberto de desenhos de flores e todo o espaço evidencia um colorido contagiante.Aqui há artesanato português, especialmente do Alentejo e do Norte do país: presépios, azulejos, porta-retratos, brincos, colares e louça são alguns dos artigos. Em Dezembro, no número 112, abriu a 3Pro, onde há desde t-shirts humorísticas a guardanapos com a face de Barack Obama estampada numa nota de dólar.
Ao longo do século XX, esta rua teve grande importância no abastecimento das áreas rurais circundantes, nomeadamente em termos de sementes e equipamentos agrícolas. A explicação para tal é simples: os lavradores deslocavam-se de comboio até ao Porto, pelo que as imediações da Estação de São Bento eram a localização ideal. Desses tempos, ainda restam estabelecimentos como a Alípio Dias & Irmão, também denominada A Sementeira. É um negócio familiar, que abrange desde árvores de fruto a artigos de jardinagem. Para Victor Dias, um dos sócios, são os conhecimentos dos funcionários que garantem a prosperidade: "A nossa sorte é que nas grandes superfícies ninguém percebe nada disto". A Moysés Cardoso & C.ª é outra casa histórica no ramo da batata de semente e dos produtos fitofarmacêuticos.
Ainda mais antiga (data de 1850) é a Casa das Rolhas, especializada em produtos de cortiça. A Galerias de Vandoma, dedicada à compra e venda, leilão e avaliação de antiguidades está presente na rua desde 1974. Ana Luz, gerente e única pregoeira mulher em Portugal, representa a quarta geração da família no ramo. No meio de tanta história, também há um sector cosmopolita e moderno, já perto da Rua do Infante Dom Henrique, que inclui as lojas Causaefeito, de decoração de interiores, e WESC, Icon e Paula Costa, dedicadas ao vestuário.
O passeio gastronómico na artéria começa no restaurante Arroz de Forno, no número 203, dedicado à cozinha tradicional portuguesa. O ex-líbris é o cabrito - com o obrigatório arroz de forno -, preparado à moda do Alto Douro. Descendo para a Ribeira, segue-se o Solar do Pátio (uma casa restaurada do século XVII), que fica no bem conservado Pátio de São Salvador. A ementa limita-se a quatro pratos: bacalhau espiritual, bacalhau com broa, arroz de pato e rosbife, aquele que merece a nossa recomendação. O ambiente é familiar (cabem no máximo 40 pessoas) e, por vezes, há música ao vivo. Mais abaixo, o Grémio dos Leitões serve os bácoros assados em forno a lenha, entre outros pratos.
O segredo mais bem guardado desta rua é a Capela do Senhor Salvador do Mundo. A sua origem remonta ao final do século XVI, mas a capela passa quase despercebida, devido à arquitectura modesta da fachada. A entrada está habitualmente encerrada e o espaço serve principalmente de capela mortuária à Igreja de São Nicolau.
A atribuição do nome de Mouzinho da Silveira a esta artéria foi uma homenagem da autarquia ao reformador liberal e herói do Cerco do Porto (1832-1833). Agora, a maior batalha a travar é a da reabilitação urbana, e nem por acaso está aqui a sede da sociedade Porto Vivo. Para além da recuperação, em curso, de vários edifícios, também se falou na reintrodução do eléctrico, ligando a linha 1 até à Estação de São Bento. Por ora, é preciso descer até à Igreja de São Francisco para o ver passar."

Artigo de João Pedro Barros in Público

domingo, 3 de maio de 2009



Obviamente, foi lindo!

sexta-feira, 1 de maio de 2009