terça-feira, 21 de julho de 2009

Labirintho

"Espaço de referência da noite do Porto abre sexta-feira com cara nova e actividades diurnas.
Para além do bar, há agora uma livraria e mais espaços para actividades culturais.

O nome resultou de leituras de Jorge Luis Borges, há já 21 anos. Desde então, o Labirintho tornou-se uma referência da noite do Porto de pendor mais cultural (acolheu sempre exposições e concertos, por exemplo). A partir da próxima sexta-feira, o espaço surgirá remodelado e com novas características. O Labirintho quer agora figurar também nos roteiros de quem usufrui da cidade durante o dia.
O Labirintho já era um bar e é agora também uma livraria dedicada à poesia, teatro, cinema e música. As portas do número 334 da Rua de Nossa Senhora de Fátima, junto à Rotunda da Boavista, passam a abrir às 16h e já não às 22h (a hora de fecho é a mesma: 4h). A partir de Setembro, a componente diurna do Labirintho será reforçada: passará a funcionar a partir das 12h.
"Agora sim é que é o Labirintho concluído", diz José Carlos Tinoco, o proprietário, com 57 anos, arquitecto e uma figura conhecida da noite, rádio e cultura feitas no Porto. Ontem, durante a conversa com o PÚBLICO, as obras ainda decorriam: na livraria, ainda estavam por preencher as sete prateleiras e ultimavam-se pormenores na nova marquise exterior, cercada pelo jardim ("um pouco selvagem - é assim que o quero") que já era uma das marcas registadas do espaço.
Era este o "sonho" que José Carlos Tinoco imaginava há pelo menos 15 anos. O projecto, nascido numa casa de família, "não muda", apenas aprofunda-se e enriquece-se: "é uma extensão das nossas salas de estar. Podemos produzir, dar corpo a algumas ideias, criar polémica". "Sou um noctívago, mas para ler, escrever, estar com as pessoas", esclarece.
A livraria surge como "grande alavanca" do Labirintho, "não pelo volume de negócios, mas pela oferta diversificada e pelo contacto directo com autores, críticos e público" que permitirirá. "Vamos ter muitos livros que não existem no mercado", garante o proprietário, ele próprio um diseur de poesia, que espera ver no Labirintho "um grande espaço de tertúlia".
Pecadillos e monólogos
A contribuir para a filosofia de "sala de estar" haverá petiscos. José Carlos Tinoco baptizou-os de pecadillos, neologismo que funde os espanhóis bocadillos com "pequenos pecados da gula". No entanto, ressalva, o Labirintho "não é um restaurante". A marquise exterior será um espaço privilegiado para provar os "pecadillos, enquanto se assiste a leituras de poesia, lançamentos de livros, conferências, debates ou espectáculos de música.
Outra novidade é o palco "minúsculo" na zona de bar, onde haverá espectáculos de música com formações reduzidas e monólogos. No próximo ano, o Labirintho quer acolher um festival focado nos monólogos, forma de teatro que José Carlos Tinoco considera ter pouco espaço. O Dia Mundial da Poesia de 2010 será celebrado com 24 horas ininterruptas de poesia e música. Para além do novo palco, o bar foi apenas pintado. A galeria de exposições, à entrada do Labirintho, mantém-se e abrirá também portas para ciclos de cinema de autor.
Na próxima sexta-feira, a partir das 16h, inaugura-se a exposição Paisagens do silêncio e uma instalação de Renato Roque. À noite há música a cargo dos 7 Magníficos. Sábado, às 17h, haverá o primeiro lançamento, o do livro Amor, Cittá Aperta, de Danyel Guerra, leituras de poesia e a antestreia do "croniconto" O Trabantáxi de Berlim"

Artigo de Pedro Rios, in Público

2 comentários:

ME disse...

Só uma pergunta: porque é que nunca fomos lá? ;)

balada dum estranho disse...

Porque o tempo não dá pa tudo..duuuuh :P